Fernando Henrique Cardoso

Mestre da palavra

Fernando Henrique Cardoso foi um bom professor e levou esse talento para todas as atividades que exerceu. Um professor, a par da capacidade de liderar, vive da palavra e busca convencer. No caso deste que entrou na política, a palavra e a liderança atuaram a serviço da democracia, conceituada por ele como “abertura mental, tolerância e aceitação da diferença”.

Capacidade e disposição para a conversa foram decisivas na vida pública. Escolhemos alguns documentos, dentre tantos outros possíveis, para mostrar esse mestre no exercício da palavra em situações concretas. Situações que têm a ver com a nossa história.

De professor a político

Fernando Henrique Cardoso exerceu o magistério antes mesmo de se graduar como sociólogo, mas a ditadura instaurada pelo golpe militar de 1964 lhe custou o cargo de professor na universidade pública. Ele e outros professores, diante da aposentadoria compulsória, fundaram em São Paulo o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, que se tornou referência na produção de estudos e no debate sobre os problemas brasileiros, ultrapassando os círculos acadêmicos. A experiência do Cebrap aproximou FHC da política, no contexto da luta pela redemocratização. Em 1978, já bem conhecido pela exposição de ideias na imprensa e em outras tribunas, ele foi eleito para o Senado como suplente de Franco Montoro.

Para saber mais: 

VER PDF

Artigo de FHC. O tempo da democracia. Folha de S. Paulo, São Paulo, 12 set. 1976. (Acervo Pres. F.H. Cardoso)

DE PROFESSOR A POLÍTICO

Os líderes políticos oficiais negligenciam o caráter de urgência da reivindicação democrática

O trecho da coluna semanal de FHC para a Folha de S. Paulo busca desconstruir a ideia autoritária de que o Brasil e os brasileiros, em 1976, não estavam prontos para a democracia. O tom é o do professor erudito que ganha autoridade quando se refere ao passado histórico. Mas não é apenas um comentário teórico: há uma crítica contundente à posição dos mandatários e à defesa da democracia, o que se estenderá por toda a trajetória política e intelectual de FHC.

VER PDF

Discurso de FHC na convenção do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Democracia, já. São Paulo, jun. 1978. (Acervo Pres. F.H. Cardoso)

DE PROFESSOR A POLÍTICO

Nosso partido é o partido da resistência. Resistência social, contra o arrocho dos salários e a desigualdade crescente

No discurso da convenção do MDB, FHC fala na democracia como prática. É um orador se dirigindo a uma audiência conhecida. As referências letradas e as figuras históricas dão lugar a alusões aos colegas e amigos acossados pela ditadura, alguns assassinados ou desaparecidos. O tom é de um político que se coloca como uma voz aliada a outras: da Igreja, imprensa, sindicatos, estudantes, trabalhadores, resistentes anônimos. E as bandeiras são claras: ‘Constituinte, Anistia, Estado de Direito, Distribuição de Renda’. O discurso é de compromisso com o MDB e, em nome do partido, uma via de luta que abrange todos os setores da sociedade.

 

VER PDF

Entrevista de FHC. O candidato Cardoso. Isto É, São Paulo, p. 36-39, 13 set. 1978. (Acervo Pres. F.H. Cardoso)

DE PROFESSOR A POLÍTICO

Fiz uma exposição. A situação brasileira, o que fazer, o que não fazer, o que dizer

A entrevista conduzida pela revista IstoÉ mostra o cotidiano de Fernando Henrique Cardoso como candidato. Apesar do tom informal e despojado de conversa, ele assume uma atitude didática com os eleitores: expõe sua posição e a realidade do momento para auxiliar o entendimento do presente. Seus interlocutores são populares e leigos.

Na sequência da entrevista, FHC não se furta a dar opiniões e tocar em pontos polêmicos sobre o MDB e os políticos. E se coloca no cenário eleitoral como opção aberta ao novo e ao diferente, transformando o que poderia soar como fraqueza em sustentação da sua sinceridade de intenções.

DE PROFESSOR A POLÍTICO

Prêmio Juca Pato

Fernando Henrique recebeu em 1985 o prêmio Intelectual do Ano (Prêmio Juca Pato), conferido pela União Brasileira de Escritores e pelo jornal Folha de S. Paulo. Foi um ponto de inflexão do processo de fusão entre a ciência e a política, destacadas em seu discurso como “vocação, chamamento, aprendizado permanente e devoção.” Essa combinação definirá FHC por toda a vida e é interessante que a faceta política tenha se mostrado definitiva em seu discurso de agradecimento. Nesse documento, apresentado aqui em versão audiovisual e escrita, ele reiterou uma postura ativa e de luta, no presente, passado e futuro, com tom de homem público que presta contas de suas ações e pede cobranças. Não por acaso, uma foto emblemática do evento tem FHC e Mário Covas, de mãos dadas e braços erguidos em gesto de vitória.

Para saber mais:

Uma explicação difícil e uma plateia desconfiada.

Desde o retorno do país à democracia, em 1985, até o impeachment de Fernando Collor, em 1992, o país viveu cinco experiências frustradas de planos econômicos para conter a alta da inflação. Em maio de 1993, Fernando Henrique Cardoso, então ministro das Relações Exteriores, foi nomeado pelo presidente Itamar Franco, sucessor de Collor, para o Ministério da Fazenda. Era o quarto ministro da pasta em oito meses. A descrença da sociedade e a aceleração inflacionária apontavam para a necessidade de mudança da estratégia econômica e da forma de comunicá-la. Certamente foi o batismo de fogo, até mesmo para um mestre da palavra.

Para saber mais: 

UMA EXPLICAÇÃO DIFÍCIL E UMA PLATEIA DESCONFIADA

O ministro fala à nação: aqui não está nenhum super-homem

Pronunciamento oficial no lançamento do Plano de Ação Imediata, o PAI, em cadeia nacional de televisão e na versão publicada em jornal. Fernando Henrique Cardoso quebra a solenidade do momento para propor uma conversa “olho no olho”, se coloca como cidadão comum e aborda a população focando no futuro de cada um. Didaticamente expõe os alvos do plano e indica o comportamento de cada setor para alcançar os objetivos. Ao longo da conversa pede apoio, colocando-se pessoalmente como fiador do novo programa: “O governo precisa de aliados! Eu preciso de aliados! O Brasil precisa de aliados!“.

Charge. Folha de S. Paulo, 16 jun. 1993. (Acervo Pres. F.H. Cardoso)

UMA EXPLICAÇÃO DIFÍCIL E UMA PLATEIA DESCONFIADA

E nos cabelos… uma rinsagem!

No dia seguinte ao pronunciamento sobre o Plano de Ação Imediata, apelidado de Plano Verdade, a charge faz referência aos bordões usados por Fernando Henrique Cardoso e que apoiaram suas falas do período. O balão da direita brinca com os cabelos que vão branqueando sob o peso da responsabilidade.

Entrevista de FHC no Programa Jô Soares Onze e Meia. Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). São Paulo, jul. 1993. (Acervo Pres. F.H. Cardoso)

UMA EXPLICAÇÃO DIFÍCIL E UMA PLATEIA DESCONFIADA

Que piada foi essa que você contou ali, Fernando Henrique?

O ministro da Fazenda percorreu os programas de televisão de sucesso na época para falar das estratégias de contenção da inflação. Entrevistado por Jô Soares, no programa Jô Soares Onze e Meia, deu boas gargalhadas, fez piada, mas não deixou de dar, informalmente, o seu recado: “… [os deputados] estão percebendo também que eu não estou enganando. Eu estou abrindo mão dos superpoderes, pseudo poderes do ministro da Fazenda… Agora não vão gastar mais do que tem… Eu não vou deixar”. A leveza do bom humor não exclui a fala categórica e definitiva.

 

 

UMA EXPLICAÇÃO DIFÍCIL E UMA PLATEIA DESCONFIADA

O que há de verdade nessa história?

Três meses depois do lançamento do Plano de Ação Imediata, a boataria levou o ministro da Fazenda a ser entrevistado pelo jornalista Boris Casoy, de credibilidade inconteste, sobretudo quando o assunto era política. FHC usou o humor para desmentir sua saída do cargo, mas foi também decisivo na afirmação: “Eu não tenho medo de dificuldade. Eu enfrento as dificuldades, eu digo o que penso, o que o governo pensa, procuro argumentar”. Uma lição do mestre da palavra.

Os desmentidos da crise geraram outros documentos como a charge que veste FHC de eletricista, pronto para dar um choque.

 

VER PDF

Discurso em sessão plenária do Senado Federal. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 5 nov. 1993. (Acervo Pres. F.H. Cardoso)

UMA EXPLICAÇÃO DIFÍCIL E UMA PLATEIA DESCONFIADA

O ministro fala aos senadores

O ministro da Fazenda vai à sessão plenária do Senado Federal, em 5 de novembro de 1993, para prestar contas aos antigos colegas que podem fazer a diferença no combate à inflação. Ali, FHC tem seu “lugar de fala” garantido, pois o Senado é para ele um espaço familiar. É em tom fraternal que ele evoca as lutas e os deveres dos que ali estão. O tom é técnico e abrange explicações econômicas e políticas. Essencialmente ele pede a colaboração para colocar o país no eixo novamente.

VER PDF

Discurso de FHC por ocasião de reunião da diretoria da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Brasília, DF, 4 ago. 1993.(Acervo Pres. F.H. Cardoso)

UMA EXPLICAÇÃO DIFÍCIL E UMA PLATEIA DESCONFIADA

Sofia e sua escolha: o ministro fala ao setor privado

Fernando Henrique Cardoso explica a situação econômica na Confederação Nacional do Comércio, quando o Plano de Ação Imediata, lançado há dois meses, já fazia sentir alguns impactos. No discurso ele se coloca como alguém que precisa contextualizar a própria posição e o cenário do Brasil para chegar ao ponto central do argumento. O ministro da Fazenda se apresenta como um homem comum com seus dilemas pessoais, mas escolhe um drama ficcional para explicar o dilema do político.

Entrevista de FHC no Programa Sílvio Santos. Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). São Paulo, 6 mar. 1994. (Acervo Pres. F.H. Cardoso)

UMA EXPLICAÇÃO DIFÍCIL E UMA PLATEIA DESCONFIADA

O ministro fala ao pessoal do auditório

Fernando Henrique Cardoso explica a Unidade Real de Valor – URV, mediado pelo apresentador Silvio Santos em um dos programas mais populares da televisão brasileira.  Ele simplifica a inflação em metáforas “…é sorvete no asfalto quente” e dá exemplos próximos à realidade das pessoas.

Uma questão muito delicada

Fernando Henrique Cardoso já na presidência, retomou a questão dos desaparecidos, mortos, torturados ou presos ilegalmente durante o regime militar. No seu livro “A arte da política”, escrito anos depois, ele conta sobre a conversa que teve com os ministros militares durante um jantar, onde lhes disse que iria promover a reparação. “Expliquei que não se tratava de uma questão política, mas de direitos humanos e, para mim, se revestia até de um caráter existencial“. Pela primeira vez no Brasil, um presidente da República reconheceu a violação dos direitos humanos pelo Estado e a prática de tortura sob o regime de exceção.

Para saber mais: 

Notícia. FHC assume culpa do Estado por mortes durante a ditadura. O Globo, Rio de Janeiro, 29 ago. 1995. (Acervo Pres. F.H. Cardoso)

UMA QUESTÃO DELICADA

FHC constrói uma ponte para a reconciliação

A habilidade do diálogo não está somente na capacidade de encadear bem as palavras e alinhar argumentos, mas também de gerar símbolos. A fotografia publicada na primeira página foi feita ao final da cerimônia da assinatura da Medida Provisória que criou a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, em maio de 1995. Na imagem o abraço do Chefe da Casa Militar, General Alberto Cardoso e Eunice Paiva, viúva do deputado Rubens Paiva, morto em 1971 na prisão. O encontro foi articulado por FHC como forma de promover um ícone eloquente desse passo de conciliação.

VER PDF

Pronunciamento (primeira versão datilografada) de FHC preparado para o ato de assinatura do projeto de Lei que criou a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Brasília, DF, 28 ago. 1995. (Acervo Pres. F.H. Cardoso)

UMA QUESTÃO DELICADA

A construção de um texto na ponta dos dedos

O discurso feito no lançamento da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, foi escrito por Fernando Henrique Cardoso de próprio punho e teve depois duas versões revisadas por ele. Na primeira página da primeira versão datilografada a frase assinalada mostra a bordadura do texto, quando FHC substitui uma expressão impessoal por uma palavra que revela sua opinião. A segunda frase em destaque ganha o adjetivo “transgressora”, que qualifica com mais força o repúdio ao tipo de repressão praticado na ditadura militar.

Pronunciamento de FHC na solenidade de assinatura do projeto de Lei que criou a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Brasília, DF, 28 ago. 1995. (Acervo Pres. F.H. Cardoso)

UMA QUESTÃO DELICADA

Culpado foi o Estado

O documento audiovisual mostra um trecho da fala de Fernando Henrique Cardoso na solenidade de assinatura do projeto de Lei que reconhece como mortas pessoas desaparecidas em razão de participação, ou acusação de participação, em atividades políticas entre 1961 e 1979. O discurso, feito para ser falado, traz para além das palavras, a sua articulação, o tom de voz e a emoção. O conteúdo tem um movimento em mão dupla e FHC equilibra as forças antagônicas, preservando a relação com as Forças Armadas. Assume a responsabilidade do Estado pela permissividade dos atos criminosos praticados pelos seus agentes e critica o radicalismo das tendências antagônicas da época pelo uso de meios violentos.

Presentes na cerimônia: Eunice Paiva (viúva de Rubens Paiva, deputado federal desaparecido), general Alberto Mendes Cardoso (chefe da Casa Militar), Clóvis Carvalho (ministro-chefe da Casa Civil), José Gregori (ouvidor-geral da União); Nelson Jobim (ministro da Justiça).

De onde saiu essa ideia?

 “De onde saiu essa ideia de se envolver num tema tão controverso quanto esse…”, foi a pergunta de Dráuzio Varela a Fernando Henrique Cardoso sobre o seu engajamento público a favor da descriminalização das drogas, em entrevista feita pelo médico. Enquanto esteve na presidência, ele não levantou essa bandeira, nem colocou o tema em pauta. Mudaram as suas circunstâncias ou a sua cabeça? FHC não hesitou em falar abertamente a respeito. E precisou de disposição para repetir seus argumentos por mil vezes para os mais diversos públicos.

Para saber mais:

DE ONDE SAIU ESSA IDEIA?

Descriminalização das drogas

Conversa com o doutor Drauzio

Ele é o autor da pergunta incômoda que Fernando Henrique Cardoso responde com maestria iniciando a fala com uma frase que chama a atenção: “por incrível que pareça [essa ideia] nasceu da minha preocupação com a democracia. Coisa de mestre, essa de aguçar a curiosidade do ouvinte com uma resposta que parece fora de contexto.

Entrevista de FHC para Drauzio Varela. [São Paulo, 2014].

 

Falando com adolescentes

Em entrevistas a escolares, respondendo às questões propostas por eles no “Programa Diálogos com um presidente”, Fernando Henrique Cardoso foi sempre chamado a explicar a questão. Para uma turma do Colégio Sidartha, ele diz: “isso não é fácil e não há solução fácil prá droga… e também não adianta você simplesmente fazer lei. Você tem que ter consciência”. Um diálogo aberto entre adolescentes e um senhor de quase 80 anos que fala de forma compreensível e respeita a inteligência dos interlocutores.

Entrevista de FHC com alunos do Colégio Sidartha. São Paulo, 26 maio 2015.

 

Descriminalizar não é legalizar

Separar e esclarecer conceitos é uma arma importante da argumentação. Neste trecho do documentário Quebrando o Tabu, FHC explica os três termos que fazem toda a diferença na proposta defendida por ele.

Documentário (trecho). Quebrando o Tabu. Brasil, 3 jun. 2011.

 

Quem quer guerra não quer quem propõe paz

Sobre a posição da Organização das Nações Unidas, Fernando Henrique Cardoso expõe a diferença entre a descriminalização e o combate às drogas em entrevista a jornalistas no Documentário Quebrando o Tabu.

Documentário (trecho). Quebrando o Tabu. Brasil, 3 jun. 2011.

 

Mudança de posição

Quando Fernando Henrique Cardoso se debruçou sobre a questão das drogas ele havia mudado. A política de enfrentamento quando estava na presidência foi pautada pela repressão. Quando ele voltou a essa questão, em 2008, a argumentação construída para ajudar os jovens a ter outras opções se ancorava no convencimento, na negociação e na motivação. Entretanto seu discurso nunca deixou de ser franco: “o ser humano é capaz, até certo ponto, de reagir racionalmente…“.

Documentário (trecho). Quebrando o Tabu. Brasil, 3 jun. 2011.

 

Referências das imagens

 

Bibliografia consultada

CARDOSO, Fernando Henrique. Diários da Presidência: 1995-1996. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. v. 1 (929 p.). ISBN 9788535926545.

CARDOSO, Fernando Henrique. A soma e o resto: um olhar sobre a vida aos 80 anos, em depoimento a Miguel Darcy de Oliveira. Organização e prefácio de Miguel Darcy de Oliveira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. 191 p. ISBN 9788520010846.

CARDOSO, Fernando Henrique; SOARES, Mário. O mundo em português: um diálogo. São Paulo: Paz e Terra, 1998. 358 p. ISBN 8521903146.

CARDOSO, Fernando Henrique. Um intelectual na política: memórias. São Paulo: Companhia das Letras, 2021. 432 p. ISBN 9786559210671.

CARDOSO, Fernando Henrique; WINTER, Brian. O improvável presidente do Brasil: recordações. Prefácio de Bill Clinton; tradução de Clóvis Marques. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014. 365 p., il., fotos. Título original: The accidental president of Brazil: a memoir. ISBN 9788520012093.

CARDOSO, Fernando Henrique. A arte da política: a história que vivi. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. 699 p. ISBN 852000735X.

Ficha Técnica

Concepção:

Grifo Projetos e Fundação FHC

Curadoria e desenvolvimento:

Alexandre Almeida, Camilla Campoi, Laura Mollo, Silvana Goulart – Grifo Projetos

Pesquisa:

Alexandre Almeida, Beatriz Santos, Camilla Campoi, Gabrielly Momesso, Jéssica Almeida, Laura Mollo, Raquel Leoni, Sebastiana Cordeiro, Renata Bassetto.

Textos:

Silvana Goulart

Identidade visual, tratamento de imagens:

Sintrópika

Agradecimentos:

Benedito Sverberi, Dmitry Bayakhchev, Draúzio Varella, Fernando Grostein Andrade, José Luiz Sá de Castro Lima, Jéssica Almeida, Mateus Petratti, Milton Nunes, Rodolfo Quina, Sergio Fausto, Vinicius Doti.